
Mar...mar da discórdia, mar confuso que me envolve nas suas marés nervosas. As tuas enormes ondas fortes e brutas inundaram o meu barco, aquele em que eu navegava radiante e confiante por atravessar uma altura segura e clara, uma altura decisiva e fácil de definir. Naufraguei neste mar que não me pára de confundir. As suas correntes arrastam-me para um lado e para outro, sem me quererem estabelecer em lugar nenhum. Correntes contraditórias, acabam sempre por me deixar no sítio de onde parti.
Ora aqui estou eu ó mar da discórdia, ó mar confuso! Já desisti de tentar perceber-te. Leva-me para onde quiseres desde que me ponhas segura. Leva-me para todo o lado, seja ele barco podre ou ilha civilizada, mas sê rápido, ó mar confuso! Farta estou da incerteza que enche a minha vida, farta estou de ser arrastada de um lado para o outro. Estou a ficar sem forças...dá-me apoio e clareza, dá-me razão consistente. Depressa...para não me afogar.