Wednesday, December 27, 2006

Que seja eterno


Há duas semanas que as tuas acções eram suspeitas, o teu comportamento anormal, a tua maneira de agir tão mudada... comecei a pensar no que não devia, preparando-me para o pior, com receio de te perder. No entanto a minha cabeça transmitia-me uma série de possibilidades de acontecimentos, preparando-me lentamente para o que surgiria quando te encontrasse no teu regresso. Ainda há uns dias tinha eu me virado para aminha irmã a dizer que gostava tanto de ti e repetindo lentamente o teu nome na minha mente à medida que os dias iam passando, por vezes muitos deles seguidos sem te ver. A tua imagem a surgir-me a toda a hora como uma réstia de esperança que me surgia como os primeiros raios de sol num dia lindo de Verão revelando-me o mundo lindo que me envolvia. Nessa altura a minha irmã disse: "Que não dure para sempre, mas que seja eterno enquanto dure", uma frase de uma personalidade conhecida cujo nome não me recordo. Esta frase que me ficou na cabeça e que me fazia tanto sentido.
Agora estava receosa vivendo no medo permanente de te perder para sempre. Gostava de ter um pouco mais dessa eternidade duradoura. A cada dia ficava ainda pior, tornando-me um pouco obcessiva quanto a isso, sem conseguir pensar em outra coisa senão na tua rejeição...
Mas tudo passou, e com uma simples conversa ao telefone percebi de que tudo não passava de inseguranças minhas, medos ou receios. Disparates...
Pode não ser para sempre, mas pode ser mais eterno do que julgava...e feliz.

Saturday, December 23, 2006

Saudades

Tu merecias Tudo. Tudo de bom, Tudo o que fosse colorido, alegre, Tudo o que fosse capaz de reflectir pelo menos metade da tua grandeza, da tua bondade e sentido de justiça. Já isso deixaria as pessoas em redor boquiabertas com o esplendor que o teu Tudo transmitia. Imagina se conseguissemos te homenagiar de uma maneira que se pudesse igualar à tua pessoa...
Não me consigo conformar com o que vejo cada vez que te vou visitar. Vejo o teu nome e irrita-me profundamente que ninguém tenha a possibilidade de saber a pessoa tão especial que foste, porque todas as pessoas que olham apenas vêm o teu nome escrito numa pedra, elas não sabem. Não sabem quem ali está, não sabem a Grande Mulher que foste, tudo o que ensinaste a tanta gente, a bondade que demonstraste, o carinho para com todos, a dedicação, a alegria, a amizade, o amor que nos deste...a mãe maravilhosa que foste. Tenho tanto orgulho em ti...

Saudades...são tantas que por vezes parece que não vou conseguir. Mas vou! Por ti...

Friday, December 22, 2006

Os últimos dias

Lá estava ela, deitada numa cama de hospital, olhando para a televisão esperando que o tempo passasse mais depressa. O quarto à sua volta estava vazio, já se tinham ido todas embora, umas mais cedo do que outras. Mas foram...só ela é que continuava ali, no quarto número 8 com quatro camas, três delas vazias. Ao menos estava ao lado da janela. Por vezes olhava o mundo lá fora, as pessoas cheias de stress de um lado para o outro, olhando para o relógio, correndo para apanhar o autocarro, carros a buzinarem, pessoas sem paciência para a vida... Era nestas alturas que ela sentia-se orgulhosa por ser velha. Podia estar doente, há dois anos enfiada numa cama de hospital mas tinha a completa noção que tinha vivido a vida com toda a intensidade, com toda a calma e tranquilidade.
"No meu tempo as pessoas olhavam à volta, procuravam ser felizes. aproveitavam todas as oportunidades que tinham para viverem bem e de uma maneira saudável. Bons tempos eram aqueles...Os jovens de hoje nem sabem a sorte que têm por estarem vivos e não aproveitam." pensava ela, remexendo nas suas memórias tão antigas.
A esperança já a tinha abandonado. Deixara de a alimentar, não valia a pena. Sempre fora uma mulher muito aventureira, uma mulher que gostava de um bom desafio, era raro ter medo de alguma coisa. Agora sabia que a única coisa que receava era a morte. A indesejada que se aproximava a passo de caracol, corroendo lentamente o seu corpo, enfraquecendo-o até ao último suspiro. Até há pouco nunca imaginara encontrar-se nesta situação. A morte sempre lhe parecera uma coisa tão inatingivel, impossivel de surgir, de lhe acontecer. Houve tempos que se sentia imortal. Mas a esperança, loucura, insanidade, o que quer que fosse que a prendia à ideia que nunca morreria já tinha abandonado a sua mente velha. Agora olhava para as suas mãos enrugadas, veias salientes e apercebia-se que a vida passara, finalmente. A longa caminhada chegara ao fim e agora era só aguardar pela chagada da indesejável morte. Não fazia mal, pensava a velha, o pensamento focado nos familiares que tinham deixado de visitá-la. Dantes as visitas eram constantes, a toda a hora, a todo o dia mas como tudo o que tem inicio, acaba, as visitas pararam de surgir. "já fizeram a boa acção de me visitar uma ou duas vezes, já vão para o céu. Esquecm-se que a velha fica cá sozinha" pensava a senhora desesperada, a solidão era quase insuportável.
Os filhos não a visitavam e um telefonema por semana era sinal de sorte. Que triste sina tinha ela de passar os seus últimos dias sozinha, sem visitas, telefonemas, apenas com a companhia das enfermeiras para o dia sair da sua rotina habitual: acordar, tomar o pequeno-almoço, ver televisão, lanchar, ver televisão, jantar e dormir.
O marido já tinha partido há cinco anos e desde então nunca mais se tinha conformado com a ideia de desaparecer pois para além de temer o desconhecido não queria de maneira nenhuma causar tanto sofrimento para os que ficam! "Ninguém vai sentir a minha falta" dizia ela para o quarto vazio "se não sentem a minha falta enquanto estou viva, quando estiver morta vai ser um alivio!" Era triste, mas lá no fundo ela sabia que era verdade, apesar de desejar do fundo do coração que alguém surgisse e dissesse "Que disparate Dona Constança, eu nem quero imaginar esses tempos! Ia sentira tantas saudades suas..." Podia até nem ser sincero mas era sempre bom ouvir. De repente, uma imagem surgiu do nada, o seu marido sorria-lhe, estava sentado na cama em frente. Ela sorriu-lhe também.
O enfermeiro Luís estava a organizar os arquivos quando olhou para trás e viu a enfermeira Filipa a chorar.
- O que se passa?
- A Dona Constança faleceu. Ela está ainda no quarto.Eu ia levar-lhe o almoço, conversar um pouco com ela. Mas quando cheguei já tinha ido...
O enfermeiro Luís dirigiu-se ao quarto número oito, abriu a porta e olhou para o corpo inanimado que outrora pertencera à Dona Constança, ela sorria.
Tanta gente tinha morrido em cima daquela cama mas o mais curioso de tudo é que ninguém tinha deixado tantas saudades naquele hospital como aquela senhora deixaria.

Thursday, December 21, 2006

O tempo...um dependente das ocasiões (parte 2)

Véspera de Natal... talvez uma das únicas ocasiões em que a família esquece as suas divergências, as suas confusões e chatices para desfrutar de uma bela reunião com muita comida boa e prendas à meia noite! A altura do ano em que todos se lembram do passado, partilhando memórias, conversando alegremente sem se preocuparem com o dia de amanha... excepto os mais novos cujas mentes, vitimas da publicidade constante de brinquedos e tudo o resto, só se preocupam com a chegada da meia-noite, onde tudo será revelado por debaixo do papel de embrulho tão cuidadosamente feito.
Estou em casa da minha avó paterna em que, graças aos céus, não sou obrigada a comer bacalhau como os adultos e como juntamente com os meus primos um belo bifinho de peru com arroz empapado (=D). Estamos a comer, longe ainda da meia noite mas os meus olhos já caem, de cinco em cinco minutos, em cima do relógio que se encontra em cima da prateleira mais alta do móvel que suporta a televisão.
"O tempo nunca mais passa" pensava eu impaciente enolvida no meu silêncio pessoal. Olhava de vez em quando para o meu primo Ricardo que, pela expressão a cara e a direcção dos olhos (para o relógio), pensava de certeza da mesma forma que eu. Os meus restantes primos (João Miguel e Patricia) e a minha irmã (Joana) conversavam mais embora também lançassem olhares ocasionais para o relógio.
"Como podem eles falar? Que motivo de conversa pode haver numa noite como esta?" interrogava-me ao olhar para os adultos tagarelas. "Para eles o tempo deve passar num instante!"
O relógio continuava com os ponteiros quase na mesma posição.

- Tem calma Mariana. - a minha mãe tentava acalmar-me com aquele tom de voz dela tão carinhoso. Mas isso também não ajudava.

Onze e meia, marcava o relógio. Só faltavam 30 minutos! Ai que excitação! Era normalmente a partir desta hora que as coisas começavam a sair da linha. Os olhares para o relógio eram em maior quantidade, já pouco assunto haviade conversa entre os mais pequenos(sim, porque os adultos não se calavam). Tentavamos nos distrair com a televisão mas esta não passava nada de interessante e, mesmo se passasse, não coseguiriamos ouvir devido ao barulho proveniente das mesas dos adulto que era cada vez mais e mais alto.
Onze e cinquenta. Faltam 10 minutos. Já nos vamos preparando para abrir os presentes. Levantamo-nos, andamos de um lado para o outro olhando constantemente para os ponteiros que teimam em não avançar. E finalmente...
Meia noite!
- Já é meia noite! - dizemos nós em coro para chamar a atenção dos adultos. Eles parecem não querer levantar.
- No meu relógio faltam dois minutos para ameia noite! - diz um engraçadinho qualquer. AHAH, muita piada realmente. Eu não achei piada nenhuma! Quero abrir os meus presentes!

Chega finalmente a altura tão esperada. Vamos todos abrir os presentes. Estes encontram-se numa sala da casa intitulada de "O quarto dos Brinquedos", assim chamada porque para além de ser onde normalmente se realizavam as brincadeiras, era uma sala que continha as paredes todas riscadas, pintadas, com autocolantes e coisas dessas. Um quarto cheio de memórias.
Entramos no quarto e encontramos cinco pilhas de presentes que apenas destinguimos umas das outras pela peça de vestuário que se encontra à frente de cada uma. Cinco sapatos (um meu, um da miha irmã, um do meu primo Ricardo, um da minha prima Patricia e um do meu primo João Miguel) para cinco pilhas. Procuro o meu sapato com ansiedade ignorando o frio que sinto no meu pé descalço. Encontro-o e lá vou eu abri-las. O tempo agora avança com muito mais rapidez que antes e depressa dou pelas horas: uma da manhã.

Chegamos a casa dos meus avós maternos e logo noto um conforto geral. Aquela casa sempre foi um porto seguro que nos fazia sentir felizes e realizados. Cumprimento os meus avós e dirijo-me à outra pilha de presentes que provém desta parte da família. Abro-os e aproveito para tirar algumas barbies da caixa. Ponho-me a brincar com elas e o tempo continua a passar depressa.

O tempo...um dependente das ocasiões.

Tuesday, December 19, 2006

O tempo...um dependente das ocasiões (parte 1)

Elas chegam a casa! (quando o tempo começa a abrandar)

O meu coração não parava de saltar com toda a excitação eminente no corpo pequeno de uma garota de oito anos. Estava no meu quarto, olhando para o relógio à espera que o meu pai e a minha mãe chegassem. Depois de algum tempo de espera (parecendo-me interminável) eles chegaram cheios de sacos na mão provenientes de vários tipos de lojas. Mas o que mais me interessava eram os sacos do Toys R' us! Lá estava eu de volta deles sem conseguir conter os pulos de alegria de uma criança prevendo uma Noite de Natal com muitos rasgar de papéis de embrulho!

- Sai daqui Mariana! - exclamou a minha mãe com um sorriso nos lábios revelando em simultâneo o cansaço e a alegria proporcionada pela minha excitação.

Dirigiram-se para o quarto deles. Pronto. Estava iniciada a unica época do ano em que eu não podia entrar no quarto dos meus pais sem ser alvo de uma enorme desconfiança ("- Ai de ti que vás olhar para as prendas Mariana Sofia!"). Ai a tentaçao era tão grande... o facto de eu saber que as minhas prendas e encontravam no quarto ao lado eram uma tortura tão grande... principalmente porque eu sabia que elas não estavam embrulhadas!

Dia de embrulhar as prendas: (o tempo continua lento demais)

Depois da hora do jantar, a cozinha torna-se alvo de um ataque natalicio. A minha mãe é a comandante desta nova tarefa: embrulhar as prendas. A mesa, outrora com pratos e talheres, torna-se agora numa mesa de embrulho cheia de etiqutas espalhadas e papel de embulho por todo o lado. Observo a minha mãe na realização daquela tarefa tão gira que é embrilhar presentes.

- Mãe, deixas-me embrulhar um presente?

A casa toda está contra mim! Ninguém pensa que uma rapariga de oito anos é capaz de embrulhar um simples presente :O! Então, a minha mãe dá-me os restos do papel de ebrulho para eu ir brincar. Procuro coisas pela casa toda que podem ser embrulhadas com aquilo e depois de realizar aquela tarefa, provo a toda a gente que consigo desempenhá-la na perfeição (penso eu).

- Para ti pai! - dou-lhe embrulho pequeno. Ele rasga e revela-se um maço de tabaco (a unica coisa que consegui encontrar tão pequena para tão pouco papel). Ela agradece-me e eu toda contente volto para a cozinha.

- Mariana agora sai daqui. Vamos embrulhar a tua prenda.

A porta da cozinha fecha, apenas deixando passar as frechas de luz que passam na fechadura. O tempo parece ficar mais lento ainda ("quando chega a noite de Natal?" penso eu desejosa por rasgar o embulho que está a ser feito neste momento da cozinha).
Finalmente a porta abre. O presente está tapado com o papel de embrulho vermelho. A etiqueta já está posta. Está pronto para a noite de Natal.

- O que é? O que é o meu presente.
Sorrisos por parte da família inteira, mas as palavras não saem. Ai que a curiosidade me mata. Tou cansada de tanta excitação. Vou para a sala ver televisão. É a divisão da casa mas bonita, onde reside a árvore de Natal perfeita, feita por todos nós, com todo o amor e carinho.

Saturday, December 16, 2006

A noite mágica dos Óscars


Este ano vou ver os Oscars até ao fim! =D Prometo!

Friday, December 15, 2006

Este passado que o persegue

Estavam sentados, de mãos dadas, a relação corria na perfeição. O sol estava alto, céu limpo, dia lindo. No entanto não era a pessoa que estava ao seu lado que lhe preenchia a mente. Pânico geral. Todo o seu organismo ficou alarmado, o coração a bater muito depressa. Pensava que já tinha esquecido a personagem, no entanto não saia da sua vida. Continuava sempre lá... a preencher-lhe a mente em momentos inoportunos.
Sentia, porém, que a pessoa que tinha ao lado, que lhe dava as mãos, era o amor da sua vida. Amava-a como tudo na vida...mas tinha-a no pensamento, aquela que já se tinha ido, aquela que lhe tinha partido o coração. Aquela que ele nunca mais tinha visto. Já ia um ano e meio, talvez, que não sentia a textura da sua pele, o seu olhar sobre ele, tão penetrante e ao mesmo tempo tão doce.
Ele chegou a casa e chorou, chorou como se tivesse perdido algo de transcendente. Parou. E decidiu, algum tempo depois, que tudo aquilo era normal, porque ela tinha marcado a sua vida. A ferida ainda viva no coração. Mas ele amava tanto a namorada, aquela que o acompanhava a todo o lado, o respeitava, divertia, aquela que o fazia rir, sorrir... que não houve espaço para duvidas: ia tentar viver melhor, e ser feliz, sem aquela rapariga que tanto gostou em tempos, a invadir-lhe a mente...

Talvez um dia a possa esquecer totalmente...quando a ferida sarar.

Thursday, December 14, 2006

Um cheirinho a Tibórnia


Noutro dia estava eu a subir a rampa da garagem para ir deixar o lixo (outra vez) e senti um cheirinho diferente. Um cheiro a queimado vindo de não sei onde (das obras provavelmente) mas veio-me logo à cabeça Maria Vinagre, a terra natal da minha avó paterna, em que mais de metade da população são meus primos.

Bem, explico já sem rodeios, o porquê do cheirinho a queimado me fazer lembrar a terrinha da minha avó: eu tenho uma prima lá que se chama Otília. Confesso que a adoro e também aos seus cozinhados, principalmente quando coze pão para fazer Tibórnia (para quem não sabe, Tibórnia é um belo petisco constituido por pão caseiro acabadinho de cozer, mergulhado em azeite, alho e sal) que eu simplesmente v-e-n-e-r-o! Daí o cheiro me ter lembrado o pão a cozer naquele forno especial que ela tem lá no quintal e de mim, de barriga bem cheia de Tibórnia.

Ai só de me lembrar da minha querida Tibórnia já fiquei mais bem disposta, com outra disposição para ir às aulas...


PS: Imagem- canal de Maria Vinagre.

Saturday, December 09, 2006

Raio dos Espanhóis (Benditos pastéis de Belém)


Eu confesso que nunca gostei dos espanhóis! Não tenho nenhuma razão específica, mas não simpatizo muito com a cara deles. E há uma coisa que eu simplesmente abomino nas pessoas: quando me passam à frente na fila!
Estava eu na fila dos pastéis de Belém com a Marta (prestes a estragar a minha dieta do Colesterol) quando vejo atrás de mim um espanhol. Tudo bem até agora... De repente ele começa-se a meter e vai falar com um homem que estava à nossa frente. Tudo bem! O problema é que em vez de voltar para o lugar dele, ficou por lá, À NOSSA FRENTE!

- VOLTA PARA TRÁS SEU TRAPASSEIRO! Em Portugal não passamos à frente de ninguém! (pois,pois)

Era o que eu teria dito se tivesse lata, mas como eu sou daquelas que mói e mói e fica calada, pronto passou-me. Mas fogo, é a segunda vez que um espanhol me passa na fila! No outro dia foi quando fui à Disneyland Paris com a minha mana, com os meus tios e com os meus primos. Mas nessa altura a minha irmã (que até tem bastante lata) mandou vir (e mandou vir bem)! Não se atrevam a meter com a minha irmã =p!

Isto tudo para chegar à conclusão que não gosto que me passem na fila., embora não me manifeste. xD

Thursday, December 07, 2006

"Step Up"

Para quem gosta de boa música, dança e um romancezito pelo meio, este filme é ideal. Gostei especialmente das coreografias e da mistura de estilos de dança. Um filme que nos prende ao ecrã e que nos dá imensa vontade de dançar. Vale a pena espreitar ;)

Uma publicidadezita

Bem sei que já não escrevo aqui há um belo dum tempo:P e perdoem-me mas a inspiração esteve (está) um pouco adormecida. Recomeço aqui a minha aventura no mundo dos blogs com uma publicidade a um blog recentemente criado por uma grande amiga minha: Ana Sanches. (AKA- A minha priminha) O blog é relacionado só com fotografia, a grande paixão desta rapariga. Bem não vou dizer mais nada, apenas acho que deviam espreitar, porque apesar de tudo, eu acho que esta rapariga tem jeito para a coisa:D

O blog dela intitula-se de "Outra visão sobre o mundo ..." (cliquem:P)

*Enjoy*

Wednesday, November 22, 2006

Os meus heróis =D



São meia noite e meia e, sem grande coisa para fazer, resolvi ir ao youtube. Lembrei-me de repente, de pesquisar músicas de desenhos animados (é mesmo de quem não tem nada para fazer). E cheguei a uns certos desenhos que apesar de não serem do meu tempo, são os melhores desenhos animados que já vi. Pronto, talvez não sejam os melhores. Mas eu amo-os simplesmente! Claro que há outros que eu também venero como a Heidi(:D) e o Dragonball. Mas agora vamos falar destes que, para além de terem uma banda sonora que eu adoro (inclui a música "I have the Power"), têm tudo o que eu gostava de ter (um mundo fantástico repleto de fantasia e de heróis). Estou a falar da She-ra, uma das minhas idolas, e do He-man!:D
Quando eu era pequenina eu tinha uma espada e eu costumava brincar com ela a fingir que era a she-ra! Mas a espada era de plástico e o meu quarto não era própriamente a Hetéria, o planeta da She-ra, governado pelo malvado Hordack!
Eu simplesmente deliro estes desenhos animados! Sempre os adorei.
E pronto, era só para vos comunicar isto. Apenas me lembrei que muitos de vocês já devem ter visto com certeza e resolvi relembrá-los aqui no blog. Quem não os viu, se tiver oportunidade, que veja, porque eu acho que vale muito a pena. ;)

Tuesday, November 21, 2006

Cinco meses...

É impressionante como o nosso organismo funciona. Hoje foi mesmo daqueles dias em que só me apetecia enfiar debaixo dos lençóis. Sem perceber bem porquê as imensas memórias da minha mãe começaram a surgir na minha cabeça. E até deitei umas lágrimas na aula de Português.
Mas porquê? Tantos dias e tantos... porquê hoje? Senti-me realmente um pouco estranha. Acho que nunca tinha tido um dia assim...talvez no dia da operação do meu pai.
Avançando no dia... tive a primeira parte do teste de TIC . Não fiz absolutamente nada! Resultado: saí muito nervosa, ainda discuti com o meu pai e no final, quando chego a casa, não consigo parar de chorar porque só penso na minha mãe e na reacção que ela teria e no que diria se cá estivesse comigo. Sinto tantas saudades dela...Passo praticamente das sete da tarde às oito da noite a chorar. E só os meus amigos na net é que me conseguem consolar minimamente.
A minha irmã chega, abraça-me e consola-me o melhor que pode. Consegue, felizmente.
E finalmente a razão que procurava para o dia ter decorrido como decorreu...

- Eu percebo como te sentes amor. Eu também tenho pensado muito nela hoje. Dia 21, faz hoje cinco meses...

Curioso, não?

Monday, November 20, 2006

Deixem-me sonhar!


E se eu ganhasse o Euro Milhões? Ai o que eu não faria! Minha nossa! :

1ºPunha muita gente bem(família, amigos....)
2ºDoava dinheiro para os necessitados
3º Punha metade do dinheiro a render no banco!
4ºViajava tanto...(Brasil, Dinamarca, Itália, Estados Unidos, França, Índia, Cuba, Argentina...porque não uma volta ao mundo?:P)
5ºComprava casas de férias:D com piscinas e jacuzzis, com tudo a que os ricos têm direito!
6º Criava um empresa de teatro, cinema e televisão
...

É tão bom sonhar de vez enquando... o pior é regressar à realidade:S

VIVA A IMAGINAÇÃO FÉRTIL!!!

Wednesday, November 15, 2006

Bom dia:D

Sabem aqueles dias em que tudo corre bem? E que só apetece parar o tempo para que ele nunca mais acabe?
Este é um deles...

Sunday, November 12, 2006

Quando alguém chega


Parecia impossivel, parecia muito distante a oportunidade de ter alguém como tu na minha vida... parecia um sonho, a história de um filme ou de um livro, parecia algo imaginário. A chuva parou finalmente e tu entraste para iluminar a minha vida. Não sei se isto vai parar a algum lado, não sei se vieste para ficar. Sei que te adoro por me fazeres feliz com um simples olhar ou um simples elogio.
Adoro-te por me fazeres voltar a sonhar...

Tá doente?


Ouvi isto um dia do meu pai, já não me lembro bem porque carga de água mas achei piada:

"Não existem doenças, apenas doentes."

Achei piada partilhar a teoria:P

Saturday, November 11, 2006

Uma Noite em Casa Da Marta


- Queres vir dormir a minha casa?
- Pode ser!

E assim passou-se a Noite Em Casa Da Marta. Uma noite repleta de emoções, com muitos risos e diversão, lágrimas à mistura e muito pouco descanso. O facto é que esta rapariga faz-me bem... faz-me sorrir, faz-me rir às gargalhadas.
Foi uma noite que de certeza não me vou esquecer, uma noite na casa de uma das minhas melhoras amigas, uma das pessoas que eu mais confio! Uma Noite em Casa da Marta:D

Gosto de ti... fazes-me feliz! Tenho sorte...

(Foto-atrofio em S. Pedro do sul)

Tuesday, November 07, 2006

Uma recordação


Hoje veio-me à memória uma lembrança estranha. Quando me preparava para sair da garagem se subir aquela rampa com o lixo nas mãos para o levar ao caixote, toda dorida por causa da Ginástica, com a mochila às costas, surgiu-me de repente nos meus 10% uma imagem nitida de uma véspera de Natal.

Estavamos os quatro em Lisboa. Tinhamos acabado de vir do Fonte Nova e comprado dois chapéus de Pai Natal. Fartei-me de rir quando os vi na cabeça dos meus pais.
Tinha um deles na mão, enquanto o outro estava bem instalado na cabeça da minha irmã. Acabou por tira-lo quando (tal como eu) se apercebeu que era demasiado quente para o manter lá. Olhei para a janela embaciada, a escorrer água devido à chuva torrencial. As luzes eram imensas lá fora e no entanto sentia-me triste. Não percebi bem porquê. Afinal, dentro de horas ia receber uma data de prendas do Pai Natal! Que idade teria? Seis ou sete anos, talvez oito... já não tenho a certeza.
Estávamos prontos para seguir para casa da minha avó. Apesar de saber que ía passar o resto da noite com o meu primo Ricardo, o sorriso não se rasgou na minha cara. Tinhamos passado as últimas horas a ouvir as músicas de Natal da Mariah Carrey. Parecia uma espécie de ritual de família. Todos os Natais, ouviamos aquelas músicas. Enjoativo? Talvez (principalmente para a minha irmã) mas aquele CD era... nosso. Olhei para a minha saia aos quadrados e para as minhas collants de lã brancas. Então, a pessoa que estava à minha frente apercebeu-se da minha estranha atitude Natalícia e senti um calor nas minhas pernas que me fez cócegas. A mão dela acariciava-me a perna num gesto maternal, tão carinhoso. Olhei para a frente, a minha mãe olhou para trás e sorriu-me. Aquele sorriso tão dela! Aquele que põe qualquer um bem-disposto.

Eu sorri também...

Saturday, November 04, 2006

Ser feliz

-Mariana...sê feliz! Sorri, vive bem, esquece os preconceitos, analisa a natureza e descobre a sua beleza! Esquece as tristezas e vive o presente como ele deve ser vivido! Não sofras por antecipação, não te preocupes com as coisas secundárias, nem te enrves com coisas que não merecem a pena! Mariana...acorda, sê feliz!

Fácil dizer...dificil de o fazer...dificil de esquecer...é dificil ser feliz!

Tuesday, October 31, 2006

Liberdade

Vivemos num país que nos possibilita a liberdade de expressão, a de fazermos as nossas escolhas... É uma palavra muito utilizada no dia-a-dia sem sabermos de facto o que significa na sua totalidade. "Liberdade significa tomarmos responsabilidades", disse-me uma vez um professor de moral.
Quem estabeleceu esse conceito? E será que é verdade? Na minha cabeça o conceito "liberdade" sempre foi uma coisa inexplicável... mas o conceito mais próximo que tive foi: ser livre é fazermos tudo o que nos apetece. Mas sempre que digo isto, há sempre gente que me contraria e que impõe outra ideia completamente diferente onde implica ter responsabilidades e obrigações.
"Não, não é essa liberdade! Eu queria a liberdade dos passarinhos!" Mas parece que ninguém me quer ouvir e dizer: tens razão! Continuam-me a dizer:"Esse tipo de liberdade não existe no vocabulário humano!
Depois penso e reflicto sobre isto. Liberdade... realmente a humanidade nunca teve uma liberdade total(talvez apenas na pré-história), onde podemos quebrar regras sem sermos penalizados. Se eu fizer tudo o que me apetece, como será possivel viver em sociedade? Como será para arranjar dinheiro? E se não pagasse os impostos? Seria presa por querer ser livre? Seria presa por querer fazer da minha vida o que quero fazer dela? Se eu não quiser seguir as regras impostas pela lei quem me pode impedir? Toda a gente, provavelmente. "Se fazes parte de uma sociedade, tens de viver consoante as suas imposições!"
O facto é que apesar de todo este desejo de querer ser "livre como os passarinhos", tenho a perfeita noção que nunca existiu tal coisa.
"É pena", penso. E se voltassemos a ser nómadas? Apenas correspondendo às nossas necessidades diárias e dando mais valor a outras coisas como aproveitar a vida e as relações que podemos ter uns com os outros?
Gostava de poder escolher entre ir às aulas e não ir... Gostava de ser livre a esse ponto. Mas no futuro arrependo-me! E porquê? Porque tenho de arranjar meios de sutento e para isso o que preciso? Curriculo escolar! Convém para uma vida minimamente razoável.

É melhor pensar que apesar de não sermos livres como o resto dos animais, a humanidade consegue ser feliz com a sua sociedade exigente. A sua liberdade limitada. Também...nunca conhecemos outra realidade, não é?

Tuesday, October 24, 2006

Os nossos momentos


Momentos... a nossa vida é caracterizada por eles. Momentos tristes, momentos felizes, momentos triunfantes e momentos de desilusão. Momentos de desespero e momentos de alegria. Momentos que nos fazem chorar e outros que nos fazem sorrir.

A vida é o conjunto destes momentos. Eles desgastam-nos e aproximam-nos da realidade. Por vezes gostamos deles, por outras dão-nos vontade de desistir. E quando paramos de chorar por esse momento, começa outro e outro e outro momento até o superarmos e voltarmos a ver o sol.

A vida é aproveitar estes momentos. Todos eles! Existem injustiças, sim! Existem, porque as podemos aguentar. Existem, porque as podemos superar. Existem para as remendarmos. E se não as conseguirmos emendar, existem sempre aqueles momentos que surgem no meio da escuridão. Aquela réstia de esperança que chega para nos iluminar a vida, como um sorriso de um amigo, uma boa noticia no meio do desespero. Alguma coisa que nos faça reagir e que nos faça reflectir e concluir que nem tudo está perdido.

Tenho um amigo meu, que admiro muito, que me diz, sempre quando estou triste, uma frase que me põe logo bem: "leva a vida a sorrir!"
Não é especial, não tem palavras caras nem ideias filosóficas, antes detém uma simplicidade que me agrada e que juntamente com a forma de ele dizer, torna o meu dia quase perfeito.

Aproveita este estado misterioso em que te encontras. Aproveita o melhor da vida. Aproveita também o seu pior. Sim! "Aproveita a vida". Aproveita os bons e os maus momentos. Não te iludas. Não desanimes. Chora o que quiseres quando tiveres de chorar, mas não te esqueças de sorrir. Porque a vida pode-se resumir a isso: a um choro e a um sorriso. E esperamos que o sorriso predomine em maior quantidade na nossa vida!

Não há nada que possamos fazer em relação às condições que a vida nos impõe. Nascemos para sofrer e para nos alegrarmos. E não há nada para fazer quanto a isto excepto viver cada momento como ele merece ser vivido, seja ele bom ou mau.

Saturday, October 21, 2006

Saudades

Ontem estava no msn e pus-me a conversar com uma data de gente que já não vejo há muita tempo (os meus colegas do oitavo ano) e sinto-me forçada a admitir que tenho imensas saudades de andar naquele colégio horrivel, super-conservador e exigente (é verdade!). O facto é que quando me aprecebi do que sentia, apanhei um valente susto!
Ainda no outro dia estava a falar com uma amiga minha que andou comigo nesse colégio e ela contou-me coisas sobre outros colegas meus que me deixou com um valente ponto de exclamação na minha cara! Alguns deles fumam e vão a discotecas. Eu fiquei com a boca aberta. Não que não ache normalíssimo!
Vou explicar porquê: eu andava no colégio desde os meus três anos e alguns( a maior parte) dos meus colegas viviam comigo aquela rotina taciturna desde esses tempos. Foi um bocado chocante quando percebi que crescemos todos e que já não nos interessamos pelas mesmas coisas que antes. Era tudo muito mais simples na altura, não era? Primeiro foram os jogos e brincadeiras: escondidas, apanhada, os cabeleireiros, as Barbies, os Action Man... depois começamos a largar tudo isso e começamos a achar mais piada aos namoros, às fofocas (se bem que os rapazes continuaram dedicados à bola!)... e agora continua isso tudo mas começamos a sair à noite e a ter curiosidade de experimentar coisas diferentes (alcool, tabaco...só coisas que fazem bem para a saúde!).
Mas apesar de tudo ter mudado (não só para eles como também para mim) eu ainda me vejo ligada a eles com o pensamento focado nas brincadeiras, nos jogos nas conversas inocentes... memórias felizes, memórias de crianças que, de certa forma, queriam chegar onde hoje estão agora(pelo menos era o que eu queria). Será que continuo a querer estar nesta posição?
Tenho saudades dos intervalos grandes com as minha amigas na "quinta" do colégio onde costumavamos falar de filmes, telenovelas e de como queriamos que os rapazes deixassem de jogar à bola e viessem conversar connosco ( As raparigas são sempre a mesma coisa), falávamos sobre a escola, o nosso único problema aparente, do que queriamos ser quando "fôssemos grandes" e como queriamos que fôsse o nosso primeiro beijo (coisas pipis que ´so as raparigas desta idade acham piada)
Quando era mais pequena e, às vezes, quando os meus pais tinham daquelas discussões fortes, ficava a noite toda a chorar por causa disso. Quando chegava à escola já a tinha esquecido. Penso que é uma caracteristica própria das crianças não é?
De qualquer maneira, isto tudo veio à baila para dizer que me sinto triste (talvez) por tudo ter mudado tão depressa. Não estava de maneira nenhuma preparada para ista mudança tão repentina. Repentina, sim! Crescemos devagar mas quando nos apercebemos disto já é um pouco tarde, não é?

- Devias ter visto Mariana. O Tomás estava podre de bêbado.
-O Tomás?! O nosso Tomás?
-Ya! E o Carlos e o Afonso estavam a fumar bué, devias ter visto!
- Não devia nada!

Quero voltar à inocência! Quero brincar às Barbies!!! Quero não ter vergonha de fazer macacadas no intervalo das aulas à frente de toda a gente. Quero voltar...

Tuesday, October 17, 2006

Como começamos o dia...

"Ai que sono"
"Que cama tão quentinha, não me apetece nada sair"
" Tá de chuva!"
"Ou não!"
" Quero dormir!!!"
"Raio do despertador que não se cala!"
Minha gente:
"Comecem cada dia como se fosse de propósito"
Do filme "Hitch"

Romeo and Juliet


Sentada no meu quarto a olhar para o livro de história numa página em que me explica a democracia da antiga Atenas, eu oiço um som de saxofone vindo da sala. Pronto lá está ele outra vez a ouvir os Dire Straits ao vivo, um DVD que ele gosta particularmente. Identifico de imediato a músca que ele está a ouvir: Romeo and Juliet. Levanto-me num ápice e dirigo-me para a sala. Ele estava sozinho, sentado no sofá com o turco azul vestido, de comando na mão, a olhar para a televisão. Sento-me ao lado dele e deito-me no sofá com a cabeça no seu ombro.
"juliet when we made love you used to cry
you said i love you like the stars above i'll love you till i die
there's a place for us you know the movie song
when you gonna realize it was just that the time was wrong?
Juliet"
Sinto as lágrimas a formarem-se por baixo das minha pálpebras quando o saxofone toca de novo. Não é preciso dizer nada. Ambos estamos a pensar na mesma coisa, e a sentir a mesma coisa: saudades.
Lembro-me perfeitamente do dia em que ouvi esta música pela primeira vez. A minha mãe estava na cozinha e já não me lembro onde estava a minha irmã. Já não me lembro do que estava a fazer. Só sei que quando passei pela porta da sala ouvi o meu pai a chamar-me.
- Mariana, vem cá ouvir isto com o pai.
E eu fui. Já não era aprimeira vez que ele punha uma cassete de música e que me chamava a mim ou à minha mana para vir ouvir as musicas dele. A minha mãe ia sem ser chamada. Às vezes, aos domingos quando acordavamos, o meu pai punha músicas na sala a tocar enquanto e minha mãe estava a fazer o almoço e eles punham-se a cantar os dois. Nessas altura eu só queria saber as músicas todas para também cantar. Até porque algumas delas a minha irmã também sabia, o que me deixava bastante aborrecida por não me poder juntar aos três no coro familiar.
Desta vez era uma cassete de vídeo e a primeira vez que eu vi o Mark Knopfler só pensei que ele era um bocado careca.
- O que é pai?
- Ouve e diz-me lá se não é lindo.
Ouvi e adorei. De vez em quando o meu pai lançava-me daqueles olhares como quem diz "eu tinha razão, não tinha?". Depois veio a parte do saxofone e nessa altura já estávamos os dois lado a lado com os olhos e ouvidos bem abertos. Nessa altura acho que a minha mãe veio à porta para ouvir também. E daí talvez não! O meu pai punha sempre a música aos altos berros. Não era preciso sair da cozinha para ouvir. É uma das músicas mais importantes para mim.
"juliet when we made love you used to cry
you said i love you like the stars above i'll love you till i die
there's a place for us you know the movie song
when you gonna realize it was just that the time was wrong?
Juliet"
De volta ao futuro. Olhei para ele, olhos brilhantes (já o tinha visto a chorar com esta música) e ele procurou-me a mão. Ficámos ali até a música acabar. Não derramei lágrimas apesar de elas quererem sair. Pois não há motivos para tristeza quando nos apercebemos que tivemos uma infância cheia de amor e que, apesar de já ter passado, nada muda. Pessoas desaparecem, pessoas permanecem, mas no final nunca as deixamos de amar da mesma maneira quando as amávamos quando eramos crianças.
"you and me babe how about it?...
...Juliet"

Tuesday, October 03, 2006

A praia do Vale dos Homens


Olho para o céu e vejo as nuvens a passar, sinto que, de alguma forma, a dor vai fazer o mesmo, mas não sei definir quando, muito menos como. Sinto ainda o calor do teu abraço e tenho ainda cravado na minha mente o teu doce sorriso. Concentro-me mais uma vez na minha paisagem e sinto o vento na minha cara, insistente, forte mas ao mesmo tempo confortante. Olho para o pôr do sol e para o movimento das gaivotas junto ao mar. São poucas as que voam, e nenhuma delas nota que ali estou. O céu apresenta um tom alaranjado que me faz sentir nostálgia. Tantas vezes que já passei por aquela paisagem contigo... a tua figura está presente naquela praia. O teu olhar vem do mar... e está-se a dirigir para mim, estás-me a sorrir. Estás sempre presente naquele sitio e em qualquer local para onde eu vá. Estás sempre presente para me apoiar, sempre estiveste comigo.
As ondas estão a abrandar, as pessoas vão saindo aos poucos daquela concentração de boas memórias. O Tempo não parece querer passar por aquelas rochas, nem por aquele mar. À minha volta vejo sorrisos, pessoas que não me conhecem, vidas que não se cruzaram, mas todas elas pensam o mesmo. Aquela praia desperta o amor que vive no coração de cada um, fazendo com que seja exposto depois do final do dia. As crianças estão cansadas mas sempre felizes e optimistas. Os adultos, tornam-se mais relaxados e conseguem finalmente esquecer os problemas do dia-a-dia. Vão subindo as escadas com os seus 290 degraus, cada vez mais cansados mas não largam o sorriso que teimosamente permanece nas suas caras e nos seus corações.
Não me vais deixar, eu sei que não. Vais continuar dentro do meu corpo, sempre presente na minha mente, sempre a ouvir os meus problemas e tentanto enviar-me as suas repostas durante os meus sonhos. Sei que me irás guiar para sempre, até eu largar o meu útimo suspiro.
Tenho a certeza, porque se até te vejo nesta praia por onde o tempo não quer passar, de certeza que te consigo ver e sentir no meu coração.

Monday, October 02, 2006

Uma réstia de esperança

Numa paragem de autocarro ela sabe que é observada por olhares ocasionais. Não são propositados mas fazem confusão à sua mente perturbada. Ela não se sente bem ali, não se sente à vontade sabendo que a sua vida é triste e que a dos outros não é tanto. Ela pensa que as outras pessoas são felizes com a vida que têm. É nessa altura que ela olha e inveja-as. É nesta altura que ela deseja voltar atrás e aproveitar melhor tudo de bom que lhe foi dado a viver. A vida não é fácil e nunca ninguém disse que era mas nós sempre nos iludimos muito e, assim, a queda é maior e doi muito mais.
Ela põe-se de pé, o autocarro pára à sua frente, as portas abrem-se e ela entra. Ninguém parece reparar nela (é mais uma que entra). Ela senta-se no banco vazio. Ao seu lado, no outro banco encontra-se uma rapariga de mais ou menos cinco anos com a sua mãe. Esta continua a ler a revista mas a rapariga não tira os olhos da triste figura que se encontra no banco do lado. Ela parece não querer saber da pequena. Prefere ser deixada em paz no seu desgosto. Mas a menina insiste, sai do banco (a mãe parece estar realmente muito envolvida no artigo da revista) e vai ter com ela. Finalmente a rapariga consegue deitar as lágrimas tão teimosas e sente a pequena mão da menina a limpar-lhe a face. Então ela levanta o olhar para ver o sorriso rasgado da pequena que parecia disposta a ficar ali até ela parar de chorar. Mas o autocarro pára e a menina tem de se ir embora. Tira, então, o seu ganchinho do cabelo, deixando-o completamente despenteado, e põe-no na mão da rapariga. Esta fica a olhar para ele durante mais uns segundos e consegue finalmente sorrir pela primeira vez em muito tempo.
Aquele gancho vai acompanhá-la para toda a vida para relembrá-la, sempre que se esquecer nos momentos de grande desespero, que não está sozinha.

Saturday, September 30, 2006

Boa aparência...para que te quero!

Por vezes ponho-me a pensar nas aparências. As pessoas têm a tendencia para dizer: "as aparências iludem" e "o que interessa mesmo é o interior de cada um!". Sim, concordo com tudo isto mas será que na prática é mesmo assim? Passamos pela rua e observamos todo o tipo de pessoas mas não podemos evitar de dizer para nós mesmos: "Aquela veste-se mesmo mal" ou "Aquele parece um bimbo" mas pior de tudo é quando não conseguimos evitar o medo que sentimos quando vemos uma pessoa com mau aspecto. Aquele mau aspecto mesmo mau que nos faz pensar logo que vamos ser assaltados. De facto não conseguimos parar de pensar nisso especialmente quando estamos sempre a ser bombardeados com notícias de assaltos e raptos a toda a hora!
Imaginem a situação: vamos na rua com um ou dois sacos que acabámos de trazer das compras, estamos mesmo felizes porque comprámos aquele filme que queriamos tanto ver e aquela camisola que queriamos tanto usar (o dia corre bem). No meio deste contentamento todo, aparece-nos um jovem rapaz com um fato de treino todo janota, com ar de poucos amigos. A nossa reacção instantânea ( e eu contra mim falo) é sentirmos medo. Não, um assalto hoje não, o dia está a correr tão bem... o jovem rapaz apercebe-se da nossa insegurança, do nosso medo, mas ele nada faz. Passamos por ele e ele nada nos diz. Suspiramos de alivio e vamos todos triunfantes para casa contar a alguém o "quase" assalto que tivemos. Mas e o rapaz? O que pensa ele agora? Provavelmente está-se a rir à socapa pela nossa figura ridicula. Mas não. Ele nem se interessa connosco, aliás, ele já nem se lembra de nós. Ele teve um dia tão mau (pode ter acabado com a namorada, ou discutido com o pai), que já o habitual receio das pessoas perante a sua presença pouco importa. Só porque usa um fato de treino do Benfica...
É claro que a história podia acabar de outra forma, é claro que podiamos ter sido assaltados!
Mas não me interpretem mal! Não quero com este exemplo criticar ninguém. Apenas fazer-vos pensar e concluir que a maneira como estamos na vida, como falamos, como nos vestimos, pouco importa. Claro que não espero que ninguém se decuide com o seu aspecto! Hoje em dia isso parece ser das coisas mais importantes para o mundo lá de fora. Basta olhar para os tão famosos "morangos com açúcar". Eles representam "muita" mal , mas o que interessa é que sejam bonitos!

Thursday, September 28, 2006

Olá!!

Olá!! Sejam bem-vindos ao meu blog. Há já algum tempo que pensava em criar um blog. A ideia de o ter já era bastante aceitável mas tornou-se ainda mais excitante quando a minha irmã criou o dela. Eu tenho uma certa mania de "persegui-la" mas não é por mal! É que ela sempre foi um modelo que segui durante toda a minha vida. Foi ela(juntamente com a minha mãe) que me ensinou uma das coisas mais importantes que possuo hoje em dia: a capacidade de pensar por mim própria. Admito que possa ter algumas falhas, porque sou um bocado complexada (aliás, isto corre na família) e a opinião dos outros não me é indiferente, mas pensando melhor, quem é que consegue ficar 100% indiferente ao que os outros acham de si?
Bem, passando para o assunto central... quero, antes de tudo, justificar o título do blog. Os 10% a que me estou a referir corrensponde à percentagem do cérebro que todos nós utilizamos (neste caso eu). Quero com este título transmitir a ideia vaga do meu blog: não o quero destinar a um determinado assunto, gosto de ser espontânea e escrever o que me apetece no momento. E sem mais demoras, abro já as portas para a minha cabeça. Sejam muito bem-vindos aos meus 10%!