Friday, December 15, 2006

Este passado que o persegue

Estavam sentados, de mãos dadas, a relação corria na perfeição. O sol estava alto, céu limpo, dia lindo. No entanto não era a pessoa que estava ao seu lado que lhe preenchia a mente. Pânico geral. Todo o seu organismo ficou alarmado, o coração a bater muito depressa. Pensava que já tinha esquecido a personagem, no entanto não saia da sua vida. Continuava sempre lá... a preencher-lhe a mente em momentos inoportunos.
Sentia, porém, que a pessoa que tinha ao lado, que lhe dava as mãos, era o amor da sua vida. Amava-a como tudo na vida...mas tinha-a no pensamento, aquela que já se tinha ido, aquela que lhe tinha partido o coração. Aquela que ele nunca mais tinha visto. Já ia um ano e meio, talvez, que não sentia a textura da sua pele, o seu olhar sobre ele, tão penetrante e ao mesmo tempo tão doce.
Ele chegou a casa e chorou, chorou como se tivesse perdido algo de transcendente. Parou. E decidiu, algum tempo depois, que tudo aquilo era normal, porque ela tinha marcado a sua vida. A ferida ainda viva no coração. Mas ele amava tanto a namorada, aquela que o acompanhava a todo o lado, o respeitava, divertia, aquela que o fazia rir, sorrir... que não houve espaço para duvidas: ia tentar viver melhor, e ser feliz, sem aquela rapariga que tanto gostou em tempos, a invadir-lhe a mente...

Talvez um dia a possa esquecer totalmente...quando a ferida sarar.

2 comments:

Anonymous said...

Ás vezes por mais que o tempo passe à quem nele nunca se extinga, permanece imutável...Dizem que o Ser Humano tem capacidade de se adaptar às mundanças, mas a "mudança" não é sinal de esquecimento, há de sempre haver quem nos habite no coração e aos quais o tempo não existe, não flui, é nisto que se faz a perenidade... Admiro o teu coração!

Mariana said...

E eu admiro-te inteira xD